Já se fala tanto sobre saudade... mas ainda assim não consegui entender tal sentimento, que, às vezes, me parece o mais dolorido de todos.
Principalmente quando a saudade é do que fomos em determinada época. Da nossa alma, das nossas sensações, percepções e constatações.
Sim, sinto saudade de tudo que um dia eu fui, e vira-e-mexe eu uso aquela frase tão clichê: “eu era feliz e nem sabia”
Sabia sim... e aproveitei. Por isso sinto saudades.
Saudades de todos os dias! Porque você sempre esteve no meu coração.
Sinto saudade de como eu acordava feliz, cantarolando, mesmo que para lavar aquele cesto imenso de roupas num dia tipicamente nublado de junho.
Sinto saudade dos dias em que, para estar com você, eu dormia às 3 da manhã, e tinha que acordar às 5 da manhã pra ir trabalhar.
Sinto saudade daquele tipo de sono do dia seguinte. E sinto saudade do gosto do pó de guaraná que eu tomava para ficar acordada.
Saudades do gosto da cerveja que tomamos juntos. Porque tomar sozinha não tem o mesmo sabor.
Nem o céu sob o parque do Ibirapuera tem a mesma cor.
Nem os pagodes fazem meu coração batucar.
... e é tão gostoso como o som do seu sorriso invade os meus ouvidos.
A falta que sinto é desses sentimentos todos borboleteando dentro de mim.
Causando-me risos, lágrimas, falta de ar e tudo mais.
Não exatamente de você, que ainda - e sempre - está aqui, literalmente.
Mas de como EU sou feliz com você. Como EU sou completamente encantada.
De como aquele frio na barriga afirma o sentimento gostoso que está em mim, que eu vivo.
Quando paro e olho pro ‘nada’ e lembro do seu sorriso, eu sorrio junto. Sinto falta desse meu sorriso, ao lembrar do teu.
Às vezes, no meio do transito, sinto seu cheiro. Sinto saudade da sensação da brisa.
E quando penso escutar você cantando: eu desligo o som... e fico a ouvir o ‘nada’. Somente você na minha cabeça.
Sinto saudade de como fico quando escuto esse ‘nada’. Fecho os olhos e canto junto, canto nada.
Lembro do quanto você é organizado, e sinto falta de quando estou tentando ser tão organizada quanto. Esse sentimento de ser um pouquinho melhor, por você.
A sensação de querer ser mãe, só pra dar ao nosso filho o nome que escolhemos aquele dia.
E as fotos? Ah... as fotos!
Revivo cada uma delas. Com o mesmo sentimento daquele momento.
Às vezes lembro das fotos na praia, e como o sol tava queimando aquele dia. Sinto saudade do cheiro do mar. E o que isso causava em mim.
Gosto de lembrar de você enrolado na toalha, e de como ela era macia.
Essa maciez que me fazia quase sempre me envolver em você.
Dói escutar certas músicas e lembrar do formato da sua boca enquanto as canta, quase que em silêncio.
Quando sinto cheiro de mato, lembro da sensação de estar debaixo de uma árvore, deitada no seu colo, olhando e tentando adivinhar os desenhos nas nuvens.
Tomo banho bem quente, só pra lembrar do seu rostinho me olhando e, e esperando fora do chuveiro, eu decidir deixar a água morna.
E sinto saudade de como o meu corpo relaxa enquanto você o ensaboa e aproveita para fazer uma massagem.
Só durmo sem meias quando quero sentir os seus pés no meu. Mesmo que você não esteja na cama comigo. Porque eu os sinto!
Gosto de mim, gostando de você. Entende? Gosto de sentir você em mim. Gosto de ter você pra pensar ao acordar e ao dormir... e sonhar.
Ah, como me faz bem! É um bem, meio que mau... Porque saudade dói.
Saudade é como a fome: lembramos do gosto, do cheiro, de como gostamos de determinados tipos, do saborear... E da sensação de saciedade.
É dessa sensação de saciedade que mais tenho saudade.
olá, gostaria de saber de quem é essa foto, e se o tema dela é realmente a saudade.
ResponderExcluiradorei o texto, me responda por e mail... pri_lopez@hotmail.com
bjos
parabens!!