Eu tentei tantas coisas, fiz planos, construí sonhos e trilhei por muitos caminhos.
Não pedi pra Deus, com medo que ele me ouvisse.
Eu só esqueci de tentar...
Ah! isso era tão fora de cogitação, simplesmente porque não inspirava, não criava expectativas, nem borboletas no estômago.
A possibilidade de sofrimento era muito maior.
E eu tinha tanto medo de recomeçar. Sempre tive...
Rasguei as fotos, mas as mantive no meu pen drive.
Usei todo o perfume, mas guardei o frasco, porque ele beijou antes de me dar.
Apaguei os vídeos... mas antes postei no Youtube
Rasguei as cartas e bilhetes, mas antes scaneei todas e mantive numa pasta oculta do meu micro.
Joguei fora os presentes, mas guardei todos os embrulhos e os cartões.
De certa maneira eu nunca quis deixá-lo partir. Só que eu ainda não tinha percebido que ele talvez nunca estivesse aqui.
É que nunca houve despedida.
Nunca acertamos nossas contas, nunca devolvemos nossos pertences (esquecidos propositalmente, para sempre haver um reencontro), nunca demos adeus ou sequer aquele abraço com o olhar de “nunca mais”.
A gente sabe, tem certeza que haverá mais.
Porque é uma questão de pele.
E mesmo que houvesse, mesmo se a gente quisesse... o que nessa vida é definitivo, se não a morte?
Nunca haverá certeza do fim.
Nunca haverá certeza.
Nunca haverá,
nunca...
Não vou dizer que é chegada a hora, afinal dentro de mim tenho sentimentos, que dada a proporção, é um tanto difícil trancá-los num lugar inacessível no meu coração.
Decidi reescrever o último capítulo dessa história... comecei com algumas atitudes:
Tirei as fotos da minha mesa no trabalho, apaguei as mensagens e as últimas ligações.
Dei aquele filme de presente e aquela linda blusinha. Há de servir para alguem.
Nunca mais acessei aquele blog, nem li poemas e cartas de amor.
Deletei todas as fotos e vídeos.
E tirei do carro alguns CDs.
Como diz a Lena... NÃO CULTIVE RITUAIS DE SOFRIMENTO.
Vai lá querida! continue a sua “vidinha”... Aliás... pensando bem... continue a sua VIDA.
Não vou mais julgar... não me importo mais.
Não me assusta mais a sua conveniência, sua conivência, seu cinismo, sua frieza e falta de amor próprio.
O que você passou, e ainda vai passar... nem quero saber! Não vou torcer por nada.
Acabou! É insignificante pra mim.
Agora você pode rir da minha cara, dizer que venceu e que não me deu o gostinho.
Isso para mim será libertador e a última página dessa história de adultério, orgulho ferido, falta de amor próprio, e... nem sei mais o quê.
Há uma imensa possibilidade de você passar por isso de novo, se frustrar e lembrar de mim!
E quanto a mim, essa possibilidade só vai existir se me fazer abrir o saco de lixo (com o cheiro, o gosto, delícias, lembranças e restos) que acabei de me livrar.
É... finalmente pude fazer a escolha que não foi possível lá no início.
E não é porque desisti. É que de tanto correr atrás da felicidade, não percebi que ela existe em tantos e pequenos momentos... estes que deixei de enxergar por só ter olhos para ele...
A gente sempre faz dessas.
ResponderExcluirBeijo.
Nossa, quão real é o seu texto. Posso dizer que já passei por isso e no final, é reconfortante nos libertarmos de algo que insiste em nos fazer mal. É saboroso olhar para os lados, os pequenos detalhes, com mais sentimento. Gostei muito do seu texto. É realidade pura. E como Lena disse, não cultive rituais de sofrimento. Só nós mesmo iremos colher.
ResponderExcluirBeijo querida.