quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mais triste que o fim da paixão...



E tô aqui escrevendo pra conseguir cumprir a promessa que fiz ao trocar o nome do seu contato de “não ligar pra ele” por “não mandar mensagem pra ele”...
Como também pedi pra vc trocar o meu para “não responder pra ela”, fico aqui quase explodindo por dentro, achando que isso vai fazer com que eu tire você dos meus pensamentos, ainda que inconscientes...
Tem você em todo lugar... sem querer me pego lendo sobre tecnologia, para que não fique com cara de boba quando vc fala tão entusiasmado sobre o novo APP que faz coisas incríveis...
Sempre que ouço uma metáfora, lembro das fantásticas que só você tem capacidade de criar, e quero ser melhor nisso só pra te impressionar.
Abaixo o volume da TV, e a mantenho ligada. Aí me viro pra parede e dou de cara com meu mural, onde tem a planta do apartamento que você me incentivou a colocar lá, como objeto de desejo. Tem também as notas de dinheiro que ganhamos num farol, daquelas mocinhas que entregam anúncios de empréstimo pessoal.
Nesse momento abraço todos os travesseiros que ainda tem seu cheiro, e me esparramo no vazio deixado por você, na cama que ansiei estrear com você pra depois dormir encaixada no seu peito.
Acordo, pego uma toalha limpinha no guarda-roupas, e cai aquela que você sempre usava... ela praticamente pula do armário gritando querendo passear no seu corpo, quase tanto quanto eu.
Ainda no banho, abro a gaveta e vejo a escova de dentes que comprei pra vc, triste, embalada e ainda virgem da sua boca, seca! assim como a minha está pela ausência dos seus lábios.
Me arrumo, aceito encarar a vida lá fora... dou uma olhada pra ver se não estou esquecendo nada, e percebo que o que eu to esquecendo é de como era bom nesse momento voltar pra cama ficar rindo e brincando com você, atrasada para o trabalho...
De vez em quando ainda acordo as 5 da manhã pra ver se não tem nenhuma mensagem de bom dia com um solzinho do lado pra me animar, pra me aquecer, pra me iluminar.
Sinto raiva do barulho do whatsapp! utilizar todos aqueles emoticons só tinha efeito com você, pois só você sabia o quanto era importante demonstrar os sentimentos através deles, porque mensagem não tem “tom”.
Baixei novas músicas, tirei novas fotos... vi a sinopse de vários filmes... E fica tudo aqui, comigo. Não tem a mesma graça compartilhar com outra pessoa.
A vida segue, claro... mas você ainda está em cada detalhe.
Não é por estar apaixonada que tudo isso me dói. A paixão, aquele sentimento gostoso, inquieto, criador de expectativas, não existe mais. O que ficou é mais triste ainda do que o fim da paixão... o que ficou foi a falta de você.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

92 dias com você...









Dias ensolarados. Dias nublados. Dias frios. Dias quentes. Dias de tornados e furacões. Dias estrelados. Dias intensos. Dias felizes. Dias com você. Porque eu sempre soube que nossos dias seriam assim.

Aprendi o que é um sentimento especial, o que é o respeito, o que é ter companhia. Aprendi que sou capaz de esquecer os dias nublados e viver os ensolarados, e isso é muito mais fácil com você por perto.

Aprendi que a vida é maravilhosa, e que não existe nada no mundo que seja tão pleno quanto viver. Como dizem por aí, muita gente apenas sobrevive.

Aprendi que o silêncio é o maior aliado dos dias de mau humor. E que compreender e respeitar o silêncio do outro é divino.

Aprendi que o mundo não vai acabar porque você bebeu demais e falou besteira, ou por que não conseguimos decidir o que comer, ou o que assistir... Esses são meros detalhes.

Aprendi que não é porque o despertador tocou que eu tenho que saltar da cama – descobri a delícia que é sentir sua pele roçando na minha uns minutinhos a mais.

Aprendi que nem sempre o outro vai te agradar, e nesses dias eu lembro que somos seres humanos e diferentes. E que essa é a magia, a singularidade absoluta do ser.

Aprendi que não precisamos de rótulos, não mesmo. Estar junto vai além do tempo, dos títulos. Não requer o peso inventado de um relacionamento sério.

Descobri que é possível sentir tesão todos os dias pela mesma pessoa.

Aprendi que nem sempre as pessoas vão entender, que muitas vezes elas vão nos criticar. Mas aprendi que a nossa atitude é que faz a diferença.

Decidi que a eternidade não existe até ontem. Os dias que eu vivi contigo se tornarão eternos...

Obrigada por me ensinar tantas coisas.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Ele nem sabe...


Ele não sabe mais nada sobre mim.
Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada.
Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas.
Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos.
Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto.
Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos.
Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa.
Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco.
Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos.
Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim.
Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável.
Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre.
Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura.
 
Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso.
Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha.
Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
 
Marla de Queiroz

sábado, 2 de março de 2013

O Fantasma da Ex

Dificilmente você namora ou está enrolado com uma pessoa 0 km. Seu grande amor provavelmente já teve um outro grande amor antes de você, assim como você tem alguma quilometragem percorrida também. Normal. O problema é quando o ex do seu amor não ficou no passado: ainda ronda o presente.

Você achava que ele estava morto e enterrado, mas que nada, o fantasma ainda assombra. Manda e-mails pro seu amor, telefona de vez em quando, surge nos mesmos lugares em que vocês estão. Uma praga. Vocês construíram uma relação supersólida, está tudo indo mais do que bem, não há motivo para desconfiança ou insegurança.
Mas até quando? O ser humano é saudosista por natureza. De repente, num momento de carência, você pode não estar por perto e o seu amor se deixar levar por uma sessão nostalgia. Quem garante que não?

Ninguém garante nada nesta vida. Mas não vejo muita razão para alguém se preocupar demasiadamente com os ex. Eles já tiveram sua vez. Por alguma razão, não deu certo. Eu sei, eu sei, isso não quer dizer absolutamente nada, os dois podem ter continuado a se amar mesmo assim, eles podem ter deixado arestas por apontar, eles podem ter coisas entaladas na garganta para dizer um ao outro. Brrrrr. Assustador. Mas também é muito provável que, se eles tentarem de novo, vão esbarrar nos mesmos problemas que os fizeram separar. Ex é prato requentado. Quase um parente.

Eu não tenho fobia com ex, ao menos não com um ex que tenha sido bem vivido, bem curtido. Fico mais apreensivo em relação àqueles que podem vir a ser casos passageiros, aventurazinhas bobas, mas que podem surpreender. Não temo fantasmas, temo gente bem viva, bem acordada, oferecendo novidades, fantasias. Ex é um direito adquirido. Chegou antes. Tem privilégios. Merece respeito. E se seu grande amor cair nessa armadilha, terminar com você e voltar para o passado, relaxe, não se apavore. Será sua vez de assombrar. O ex agora é você.


 
(Martha Medeiros)