segunda-feira, 23 de maio de 2011

Lua


Enquanto ela cantava com aquela voz suave, e, imagino, sentada num banquinho, a lua que me acompanhava tão brilhante, estava pela metade... me mandando um recado: fases! E esboçava um quase sorriso.

Olhando fixamente pra ela, segui meu caminho.
...
Estou como ela nesta noite, sozinha, e pela metade.

Um vão tão grande no meu peito, quanto o vazio na cama sem você.

Como ela, estou no frio... no relento. Porque você era a chama que me acendia e me esquentava todas as noites, tardes e dias...

Aquela voz me fazia chorar de soluçar... era tão suave, tão penetrante que parecia expressar toda minha dor, minha angustia... mesmo que as letras das músicas não combinassem com o contexto...

Deixei cair... rolar livre pelo rosto

Me senti por um instante livre... com a liberdade de poder chorar e cantar ao mesmo tempo.

Mas a liberdade que tomamos pra nós, é só nossa. Não vai haver em outro lugar. Nem na lua... nem na música... nem nos pensamentos.
Mesmo que aqui não exista mais, o que há entre nós não se repetirá em lugar algum. Era a exclusividade criada por nós. Só nós.

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